Dica K: Soja Louca – um inimigo presente

Compartilhe esse conteúdo

Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email

Desde a safra de 2005/2006, a Soja Louca II está causando reduções de até 60% na produtividade da soja, principalmente nas regiões quentes e chuvosas do país.

Quando a doença foi detectada, os pesquisadores da Embrapa descartaram hipóteses como ataque de percevejo (causador da Soja Louca I), problemas nutricionais ou distúrbios fisiológicos da planta e identificaram como agente causador, o nematoide Aphelenchoides sp.

A descoberta do agente causador é um passo importante, porque direciona as pesquisas para desenvolver as melhores estratégias de manejo. A doença apresenta como sintomas principais: plantas de soja com haste verde, retenção foliar e abortamento de vagens antes de finalizar seu ciclo.

Em 2011, o pesquisador Maurício Meyer desenvolveu uma pesquisa em parceria com diversas instituições. A primeira comprovação foi que a Soja Louca II não era causada por ácaros ou vírus.

A partir de 2012, parte dos trabalhos de pesquisa se voltaram a investigar a associação de nematoides do gênero Aphelenchoides à ocorrência de SL-II, constatando-se frequentemente sua presença em amostras de plantas com sintomas.

Em março de 2015, a Embrapa e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) conseguiram isolar e multiplicar o nematoide Aphelenchoides sp.,  por meio do aperfeiçoamento e da adaptação de métodos laboratoriais.

Amostras de hastes e folhas de soja, coletadas em áreas comerciais e experimentais no Maranhão e no Pará, com e sem os sintomas de Soja Louca II foram enviadas ao laboratório da Epamig, em Uberaba (MG), quando se observou elevada concentração do nematoide apenas nas amostras de plantas sintomáticas.

Com o isolamento e a multiplicação do nematoide em laboratório, foi possível realizar um procedimento chamado de ‘Postulado de Koch’, que permite identificar o agente causal de uma doença. O teste consiste em observar se as plantas sadias, ao serem inoculadas com o patógeno, apresentam os sintomas da doença e se é possível reisolar o mesmo patógeno em outras partes da planta, após a expressão dos sintomas.

O pesquisador Maurício Meyer inoculou plantas de soja sadias com diferentes concentrações de Aphelenchoides sp. e em diferentes fases de desenvolvimento da cultura. Após 12 dias, observou-se que as plantas começaram a apresentar os sintomas da Soja Louca II.

 

Sintomas da Soja Louca II

Os sintomas da Soja Louca II são observados no início da fase reprodutiva da soja, que apresenta afilamento das folhas do topo das plantas, enrugamento das folhas e engrossamento das suas nervuras.

As folhas com sintomas apresentam coloração mais escura e menor pilosidade em relação às normais. As hastes exibem deformações e engrossamento dos nós. As vagens podem apresentar lesões, rachaduras, apodrecimento e redução do número de grãos.

As plantas afetadas ainda apresentam um alto índice de abortamento de vagens, provocando, muitas vezes, a indução de uma nova floração e sintomas de superbrotamento.

 

Manejo da Soja Louca II

Como não existem ainda cultivares de soja tolerantes a Soja Louca II, a recomendação é que se faça um manejo adequado do solo e da cultura. É indicado que se realize a dessecação antecipada à semeadura de soja e um efetivo controle de plantas invasoras imediatamente após a emergência da soja.

 

Fonte: Embrapa Soja

 

 

Conteúdos relacionados

Tudo o que você precisa saber sobre o universo do agronegócio.

Inscreva-se e receba nossas melhores dicas no seu email, de graça!

Endereço
Rua Sete de Setembro, 211
Luís Eduardo Magalhães – BA,
47850-000

Contato
77 . 3639-0203
contato@kasuya.com.br

2021 Kasuya Inteligência Agronômica. Todos os direitos reservados.