A Helicoverpa armigera é uma praga com um alto poder de destruição que ataca principalmente as estruturas reprodutivas das plantas e causa grandes prejuízos as lavouras de todo o Brasil desde 2012. É uma praga muito agressiva que tem o hábito de se posicionar nas flores e vagens da soja, além de se multiplicar muito rapidamente.
A fase de lagarta da espécie armigera ataca preferencialmente as partes de frutificação das plantas, podendo também se alimentar de partes vegetativas, como folhas e hastes.
A Helicoverpa armigera é uma praga polífaga, ou seja, ataca várias espécies agrícolas, bem como hospedeiros selvagens. A praga se alimenta mais rápido que outras pragas presentes no Brasil, por isso seu potencial de destruição é grande.
Em condições de campo é praticamente impossível identificar a Helicoverpa armígera e separá-la da Helicoverpa zea ou Heliothis virescens que também são pragas que ocorrem na soja.
Para controlar a praga o produtor deve estar ciente que o controle químico é apenas uma ferramenta do manejo, é preciso conhecer outras técnicas que complementam a estratégia de controle da praga.
O Ministério da Agricultura, definiu as regras para a prevenção, contenção, controle e erradicação da lagarta H. armigera. Essas regras devem ser seguidas para evitar prejuízos para toda a região produtora. Veja a seguir como prevenir e controlar a praga.
Determinar a época de plantio e restrição de cultivos subsequentes
É recomendado que se faça a semeadura das culturas de milho, soja e algodão no menor espaço de tempo possível, procurando obter uma janela de semeadura menor. Este curto período de semeadura é importante para reduzir o período de disponibilidade de alimento para a praga.
Controle Biológico
Utilização e não extinção de insetos parasitoides e predadores, além de fungos, bactérias e vírus, que atacam a praga, reduzindo sua população.
Adoção de manejo integrado de pragas emergencial
Integração de diferentes tecnologias de controle, mediante identificação das pragas mais importantes, monitoramento, estudo de fatores climáticos, avaliação do desenvolvimento das plantas e danos observados.
Armadilhas, iscas e outros métodos de controle físico
Considerando as grandes extensões dos cultivos agrícolas brasileiros, o uso de armadilha com isca de feromônio é a técnica de monitoramento mais indicada para a Helicoverpa armigera, podendo ser usada também para outras espécies do gênero.
Vazio sanitário
Período de no mínino 60 dias sem a cultura e plantas voluntárias no campo. No Brasil treze estados e o Distrito Federal adotaram essa medida, estabelecida por meio de normativas. E, além do Brasil, o Paraguai também estabeleceu o período de vazio sanitário, lá chamado de “pausa fitossanitária”. O objetivo do vazio sanitário é reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra.
Adoção de áreas de refúgio no plantio
O refúgio consiste em uma área cultivada com plantas não Bt em lavouras de soja, milho ou algodão resistentes a insetos (Bt).
O percentual da área que deve ser usado como refúgio varia de acordo com a cultura transgênica utilizada e com aspectos agronômicos. Para a safra 2015/2016, convencionou-se que, para a soja e para o algodão, 20% da área deve ser cultivada com sementes não Bt; para o milho, esse índice é de 10%.
O refúgio não deve se localizar a mais de 800 metros de distância da área cultivadas com plantas Bt.
Rotação de culturas e destruição de plantas voluntárias e restos culturais.
A rotação de culturas é uma técnica agrícola que consiste na alternância planejada e previamente ordenada do cultivo de diferentes tipos de vegetais em um determinado período sobre um dado local. Esse procedimento é considerado uma forma prática e eficiente de amenizar o desgaste do solo provocado pela agricultura.
A destruição dos restos culturais é fundamental para eliminar a chamada “ponte verde”, responsável por fornecer alimento e abrigo aos insetos-praga no período que antecede a safra seguinte.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.