Os produtores do Maranhão estão conseguindo resultados muito positivos no plantio da soja devido à rotação de culturas e palhada de alta qualidade, mesmo na estiagem. Ainda assim, muitos produtores preferem não seguir as orientações técnicas e acabam com uma janela de plantio curta e produtividade baixa.
O Maranhão é um dos estados que mais aposta na safra de soja do país, segundo o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a região deve apresentar um crescimento de cerca de 80% nessa safra. A produção deve passar de 1,2 milhão de toneladas, na safra de 2015/2016, para 2,2 milhões nesta safra. Isso se deve à recuperação da produtividade, já que a área será apenas 4% maior.
Um fato que ocorreu na safra passada e que se repetiu nessa safra foi o atraso na semeadura devido à falta de chuvas. A temporada se iniciou no início de outubro.
Alguns produtores não se preocuparam com a estiagem e começaram a semeadura. Isso foi possível devido à segurança de uma boa palhada que foi deixada após o cultivo de braquiária em consórcio com o milho. O produtor gaúcho Arlindo Celestino Braum Fucina, que já vive no Maranhão desde 1980, relata que descobriu o valor dessa técnica observando agricultores paranaenses, que possuíam culturas de inverno e faziam a cobertura para garantir a integridade do solo.
“Fomos atrás de uma alternativa que se adequasse a realidade do nosso estado. Testamos diversas opções e a que mais adequou a nossa realidade foi a braquiária, por conta da massa que ela deixa no solo e as raízes que melhoram a biologia do solo”, garante Fucina.
Outro benefício desse sistema é a ampliação da janela de plantio. Com o uso da braquiária consorciada com o milho, alguns produtores ganharam cerca de 30 à 40 dias a mais em uma janela já bastante apertada por causa do regime de chuvas da região.