Retomada da negociação entre as duas potências pode impactar diretamente a produção brasileira de soja!
Mesmo diante da crise política nos EUA, marcada pelo possível impeachment do presidente Donald Trump, a China pretende retomar as negociações para aquisição de produtos agrícolas estadunidenses, incluindo a soja. A decisão dos líderes chineses, que são os maiores compradores mundiais do grão, pode impactar diretamente as exportações da soja brasileira.
Desde que a tensão entre os países começou, a soja brasileira foi a grande beneficiada. Isso porque a China substituiu as negociações do grão com os EUA e passou a adquirir o produto brasileiro. Essa manobra impactou as exportações de tal forma que o Brasil se tornou o maior exportador de soja do mundo, ultrapassando o país norte-americano.
O crescimento nos números da soja brasileira, porém, não agradou aos Estados Unidos. Pelo contrário: a substituição realizada pela China ampliou a tensão entre os países e foi vista pelo presidente Trump como uma “traição”. Ainda assim, o impacto da disputa na economia mundial parece ter sido mais relevante e favoreceu uma nova tentativa de acordo.
O acordo e o impacto na soja brasileira
Visando minimizar os impactos na economia mundial e retornar o comércio com os EUA, a China estuda aceitar um acordo parcial. Os líderes chineses oferecem um aumento nas compras de produtos agrícolas estadunidenses, incluindo a soja. O país estaria disposto a comprar 30 milhões de toneladas anuais do grão, cerca de 10 milhões a mais do que o comercializado atualmente.
De acordo com especialistas, essa retomada das comercializações China-EUA não impactam diretamente o Brasil. Isso porque a demanda chinesa de soja é de 83 milhões de toneladas, ou seja, não seria suprida somente pela exportação americana. Além disso, o país foi afetado diretamente pela peste suína africana, diminuindo seu rebanho e consequentemente o interesse pela soja.
Futuro do grão
Diante da indefinição na guerra comercial, a soja brasileira segue com grandes expectativas para esse ano. Uma estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) indica que o Brasil deve exportar 72 milhões de toneladas de soja em 2019. A previsão é uma boa notícia para os produtores, já que indica um aumento ante os 68,1 milhões estimados em julho.