A volatilidade do mercado de soja que estamos vivendo é típica desse momento em que os preços entram na janela do mercado climático norte-americano, mas apesar desse quadro, o primeiro número oficial do plantio norte-americano surpreendeu.
Até o final de abril, a área semeada foi de 6%, o que é um número acima do esperado, e os intervalos dos próximos 30, 60 e 90 dias serão fundamentais para o direcionamento e a formação dos preços, inclusive para o produtor brasileiro.
Contudo a demanda ainda é muito intensa, não apenas nos Estados Unidos ou na América do Sul e continua sendo o principal pilar de suporte para as cotações. Os números dos reportes semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostram que já foram embarcados mais de 89% das 55,11 milhões de toneladas projetadas para exportação, enquanto o total comprometido com essas vendas externas já é mais de 600 mil toneladas.
Para os analistas de mercado internacionais, a atual fraqueza do dólar no cenário internacional poderia motivar ainda mais a procura pela soja norte-americana, o que já pode ser observado nas posições julho e agosto, motivada também pela retração de vendas no Brasil.
No Brasil, os embarques continuam sendo satisfatórios e devem bater novo recorde. Até o fim do mês de abril, o acumulado era de 7.580,7 milhões de toneladas.
A volatilidade típica desse período, pode proporcionar algumas oportunidades para as vendas, inclusive para o produtor brasileiro nestes próximos meses. Segundo Ênio Fernandes, consultor em agronegócio da Terra Agronegócios, “O produtor deve encontrar espaço para participar do mercado entre maio e agosto, mas não pode se precipitar para vender muito rápido, tem que ir participando aos poucos”.