Boletim divulgado nesta quarta-feira (29/4) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada destaca a soja e a Carne Bovina
O IPEA reduziu sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto da Agropecuária (PIB Agropecuário) em 2020 e a soja e a carne bovina estão entre os destaques do novo boletim divulgado nesta quarta-feira (29/4).
A instituição projeta para 2020 crescimento de 2,4%, 1,4 ponto percentual a menos que na estimativa anterior, feita em março, de expansão de 3,8%.
Neste caso, a soja e a carne bovina estão entre os setores que contribuíram para a queda na estimativa.
A produção de soja passou de 10% para 6,4%, mas ainda assim é expressivo
A pandemia de coronavírus não foi o principal motivo para a revisão do número, mas sim a própria produção de soja no Brasil, que foi prejudicada pela estiagem no Rio Grande do Sul, comprometendo grande parte da colheita.
O Ipea teve como base o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que reduziu a estimativa para a produção da oleaginosa na safra atual.
O diretor de macroeconomia do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, diz que o crescimento projetado para a produção de soja passou de 10% para 6,4%, mas ainda assim é expressivo.
“A soja é o principal peso, correspondendo a 26% do PIB do setor no Brasil, então ter um crescimento de 6,4% nos mostra que a produção brasileira vai muito bem nos outros estados”, explica.
O setor de carne bovina apresentou queda na produção
Um setor que também apresentou queda na produção foi o de carne bovina, motivado, neste caso, pela crise do novo coronavírus, conforme explica o diretor do Ipea.
De acordo com o diretor, a combinação de proteína mais cara com substitutos mais baratos, como frango e ovo, e o cancelamento de eventos sociais e fechamento de comércio têm afetado o consumo.
O Instituto afirma também que a produção de milho, que, na projeção anterior cairia 4%, agora deve ter uma retração de 3,5%.
“A queda vai ser menor do que a esperada, o que é positivo para o setor. O Brasil tem se destacado na produção de milho, e é bom lembrar que esta redução de 3,5% é em cima de um crescimento de 30% do ano passado, o que já é um grande volume para o país”, completa o diretor.
A cana-de-açúcar também apresentou leve revisão para baixo, mas a produção da lavoura deve ser suficiente para sustentar o crescimento de 1,4% em 2020.
O que realmente preocupa José Reinaldo de Souza Júnior, diretor do Instituto, são os desdobramentos do preço do etanol, que podem refletir em 2021.
“Ninguém projetava o preço do petróleo como está hoje, por causa da briga geopolítica do Oriente Médio com a Rússia, e ainda há dificuldade de armazenamento de petróleo e seguido do isolamento que fez a demanda pelo combustível cair. Isso tudo tem preocupado a cadeia do etanol não só esse ano, mas também para o ano que vem, pois o produtor tende a plantar menos e há riscos de sobrevivência para empresas no setor”, ressalta.
Podemos esperar algum crescimento na recessão?
Mesmo com a agropecuária crescendo menos que o projetado pelo Ipea anteriormente.
Segundo Júnior, o setor ter expansão em momento de recessão é positivo.
Produtos como o café, por exemplo, tem contribuído para isso.
Neste caso, devido à bienalidade, o grão teve a previsão elevada de 14,2% para 15,4%. Além disso, o frango e ovo também devem ser beneficiados pela queda na renda do consumidor.
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